Inovações em soldagem

Rumo ao futuro na indústria aeronáutica!

Nos últimos anos, temos sido testemunhas de uma transformação discreta, mas fundamental, na indústria aeroespacial, com notáveis mudanças nos métodos de união de materiais. A tradicional aplicação de rebites está gradativamente cedendo espaço para a soldagem em diversos componentes, tanto em aeronaves comerciais quanto militares, impulsionando melhorias significativas tanto em termos de custo quanto de integridade estrutural.

Panorama Atual

A soldagem por difusão e a soldagem a laser estão emergindo como métodos preferenciais na aviação comercial, estando o último método, em particular, prestes a substituir os rebites em partes significativas da fuselagem. Paralelamente, a soldagem por feixe de elétrons continua a conquistar terreno na união de ligas de titânio em aeronaves militares.

Apesar desses avanços, algumas técnicas, como a soldagem por difusão de ligas de alumínio, ainda não alcançaram uma aplicação generalizada na indústria aeroespacial.

Desafios na Indústria Aeronáutica

A soldagem é uma prática quase tão antiga quanto o processamento de metais pelo ser humano. Por grande parte da história, foi considerada uma arte obscura ou uma técnica de construção rudimentar. Contudo, no século XIX, novas descobertas e a chegada da energia elétrica impulsionaram o desenvolvimento da soldagem moderna.

Os processos agora são classificados de acordo com a intensidade da fonte de calor, revelando tendências importantes. O aumento significativo da penetração da solda, medido como a razão de profundidade para largura da seção transversal, acompanha a intensidade da fonte de calor, tornando o processo de soldagem mais eficiente e permitindo velocidades mais altas.

A indústria aeroespacial, caracterizada por produção em baixa escala, alto custo unitário, extrema confiabilidade e condições de serviço rigorosas, direciona a preferência por fontes de calor mais caras e concentradas, como a soldagem a plasma, a laser e por feixe de elétrons, especialmente para componentes críticos. Em um panorama geral, os métodos mais difundidos nesse setor incluem FRW, FSW, PAW, VPPA, LBW, EBW e DFW.

  • Soldagem por Fricção (FRW): Destaca-se por unir metais através de deformação mecânica, sendo aplicada em componentes como eixos de turbinas. O FRW linear, por sua vez, é considerado para a fabricação e reparo de blisks de ligas de alta temperatura para motores a jato.
  • Soldagem por Fricção por Remoção (FSW): Inventada pelo The Welding Institute em 1991, a FSW é um processo de estado sólido que une metais através de deformação mecânica. É especialmente eficaz na soldagem de ligas de alumínio anteriormente consideradas não soldáveis em estruturas de aeronaves.
  • Soldagem por Feixe de Plasma (PAW) e Variação de Polaridade (VPPA): A PAW apresenta um arco restrito entre um eletrodo não consumível e o banho de solda. A VPPA, uma variação recente, pode encontrar aplicação na indústria aeroespacial para a união de seções médias de alumínio.
  • Soldagem a Laser (LBW) e Soldagem por Feixe de Elétrons (EBW): Devido à alta intensidade de calor, esses métodos oferecem precisão, qualidade de solda superior e menores distorções. A LBW está prevista para substituir rebites na fuselagem de aeronaves Airbus, resultando em economias significativas.
  • Soldagem por Difusão (DFW): Um processo de soldagem de estado sólido, destaca-se quando combinado com a conformação superplástica (SPF) de ligas de titânio. A Rolls-Royce aplica essa técnica na fabricação de lâminas de titânio para motores comerciais.

A indústria está caminhando rumo à substituição de rebites por soldas. No curto prazo, a soldagem por FSW pode se tornar comum em componentes estruturais de aeronaves, especialmente para ligas das séries 2xxx e 7xxx. Tecnologias como a VPPA podem ganhar destaque na união de seções médias de alumínio.

Em suma, estamos testemunhando uma transformação fundamental na indústria aeroespacial, onde inovações em soldagem estão impulsionando a eficiência, confiabilidade e sustentabilidade. À medida que essas tecnologias evoluem, podemos esperar uma indústria aeronáutica mais eficiente, econômica e capaz de enfrentar os desafios do futuro.

Referências:

MENDEZ, P. F.; EAGAR, T. W. Welding Innovations in the Aerospace Industry: Toward the Future. Massachusetts Institute of Technology, Cambridge, Massachusetts. Publicado em ADVANCED MATERIALS & PROCESSES, maio de 2001.

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